31 de outubro de 2015

VERGONHA: Prefeitura de Adolfo, por terceirizada, contra falso médico

FOTO: Polícia
Falso médico atendeu por cinco meses
Um homem de 32 anos foi detido pela Polícia Militar no início da noite de ontem, em Adolfo, por suposto exercício ilegal da profissão de médico. Jeferson Semensato atuava como clínico no posto de saúde do município havia cerca de cinco meses. Ele disse à PM que é contratado por meio de uma empresa terceirizada que oferece profissionais para a unidade de atendimento público da cidade, cuja responsabilidade é da Prefeitura.
A prisão ocorreu por volta das 18h, após uma denúncia anônima, enquanto o médico atendia um paciente. Ele foi detido por homens da PM de Rio Preto. A ação foi comandada pelo 1º tenente Rubens Alexandre Muriti. De acordo com o policial, o falso médico teria apresentado na empresa que o contratou um número de CRM (registro profissional) que não existe. Ainda segundo o militar, o suspeito forneceu cópia de um papel que seria o comprovante de matrícula em uma faculdade de medicina da Argentina.
Não é diploma, nem nada do gênero. Só a cópia de uma suposta matrícula”, completa o policial. Informações da PM apontam também que o suspeito é de Novo Horizonte e já teria atuado como médico na cidade de Urupês. Em Adolfo, com 3, 6 mil habitante, a prisão do suposto “falso doutor” provocou surpresa e indignação entre os moradores, muitos já atendidos por ele. Ninguém nunca desconfiou de nada e o suposto falsário contava até com a simpatia dos pacientes.
A.P.Z., de 32 anos, chegou a manifestar seu assombro em uma rede social. Em entrevista. ela contou que visitou familiares em Adolfo em recente final de semana. Foi quando seu filho de 12 anos machucou a cabeça. No posto de saúde, o garoto foi atendido por uma enfermeira que raspou-lhe a cabeça. Em seguida, o suposto médico aplicou anestesia no garoto e deu os pontos no corte da cabeça dele. “Ele foi gentil, acalmou meu menino, que estava assustado. Nunca imaginaria que não é médico. Que absurdo. Meu filho passou pela mão dessa pessoa”, contou a mulher, que não quis se identificar.

Preso e liberado

Após o registro policial, no entanto, o suposto médico foi liberado. Segundo o delegado Alessandro Andreotti, que vai cuidar do caso, pela lei, compete a ele ter de provar que o homem é um falsário antes de prendê-lo. Ainda de acordo com o delegado, exercício ilegal da profissão é uma cotravenção penal, com pena de 15 dias a 3 meses de prisão.
Andreotti afirma, no entanto, que vai abrir inquérito para levantar o número de vítimas atendidas pelo falso médico. “Queremos saber se ele prescreveu remédios, se agravou quadro de saúde de alguém. Quais as consequência. E aí, ele vai responder por crimes bem mais graves”, afirma o delegado. Andreotti diz que vai iniciar a investigação do caso na terça-feira, depois do feriado.

Samerp

A empresa que teria contratado o suposto falsário, segundo a PM, chama-se Samerp (Serviços de Atendimento Médico de Emergência) e tem sede em Rio Preto. Ninguém da empresa foi localizado ontem para falar sobre o assunto. A reportagem não conseguiu, também, falar na Prefeitura de Adolfo na noite de ontem. O suspeito ainda estava na sede da PM de Adolfo.

FONTE: DiarioWeb

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