29 de junho de 2015

Delegado já identificou quatro pessoas por 'vazarem' vídeo de Cristiano Araújo morto

O delegado Eli José de Oliveira, titular do 4º Distrito Policial de Goiânia, afirmou que vai continuar identificando pessoas que vazaram o vídeo de 55 segundos que mostra o procedimento de embalsamamento do corpo do cantor Cristiano Araújo mesmo que isso o leve a uma rede grande de pessoas.
No primeiro dia de investigação, ele já tem o nome de quatro suspeitos, sendo que dois já foram ouvidos a tanatopraxista Márcia Valéria dos Santos Louzada, de 39 anos, responsável por produzir o vídeo original de 8 minutos, e o estudante de enfermagem Leandro Almeida Martins, colega de classe de Márcia Valéria e primeiro a receber o material. Os dois foram indiciados junto com Marco Antônio Ramos, de 41 anos, por vilipêndio de cadáver. Marco Antônio aparece no vídeo e admite em depoimento não ter feito nada para interromper a filmagem.
Hoje à tarde, Leandro foi ouvido e admitiu que repassou o vídeo para duas tias. O delegado suspeita que ele passou para mais pessoas e diz que vai ouvir as duas tias para saber se elas repassaram para mais pessoas. Se elas repassarem mais nomes, estes também serão procurados pela polícia, e assim por diante. Por enquanto Eli José não pensa em pedir quebra de sigilo telefônico nem de dados telemáticos, já que acredita que a investigação por enquanto está levando aos responsáveis pela 'viralização' do vídeo.
O delegado afirma que quer concluir a investigação “o mais possível possível”, mas garante que vai indiciar todo mundo que for identificado nessa rede de propagação do vídeo.
Márcia Valéria prestou depoimento pela manhã e afirmou que contou que ouviu de Leandro que ele não repassou o vídeo para ninguém e que a alertou quando ficou sabendo que o vídeo estava nas redes sociais. Ela disse que repassou as imagens ao colega porque ele queria saber como era a técnica desenvolvida por ela. “Foi um ato impensado”, disse. Ela teria enviado o vídeo para o colega de curso às 17h30 do dia 24 e apagou a filmagem do próprio celular. No dia seguinte, segundo ela, por volta das 12h30, Leandro teria ligado dizendo que o vídeo havia vazado, não sabendo como, pois havia acabado de receber no celular as imagens. 
Márcia Valéria e Marco Antônio Ramos trabalham há quatro anos na Clínica Oeste, desde que ela foi aberta, e eram considerados funcionários exemplares. A empresária e administradora da clínica Laurinete Menezes de Oliveira, levou hoje para o 4ºDP cópia do regulamento interno da clínica e do documento que os dois funcionários assinaram no ato de suas contratações aceitando o cumprimentos das regras. O descumprimento causou a demissão por justa causa de ambos.
A empresária disse que ao saber que o corpo de Cristiano Araújo iria para a clínica teria orientado mais uma vez aos profissionais sobre as regras da empresa e mandou trancar os portões, reforçar a segurança e que o que aconteceu foi “algo inexplicável, chocante, mórbido” que ela e a empresa desaprovam.
Os dois funcionários foram procurados pela reportagem por telefone e através dos advogados que os acompanharam ao distrito, mas ninguém atendeu as ligações.
O delegado Eli José de Oliveira, titular do 4º DP, ia prender os dois funcionários em flagrante na noite de quinta-feira, mas ao chegar na clínica ela já estava fechada. Ao saber que eram procurados, os dois contrataram advogados e estes entraram em contato com o delegado dizendo que os clientes se apresentariam na delegacia. “Eles foram indiciados por vilipêndio de cadáver pela exposição de forma desprezível e humilhante do corpo do cantor Cristiano Araújo”, disse o delegado.
Segundo ele, a imagem da clínica sofreu um grande impacto, mas acredita que as pessoas já estão cientes de que o ocorrido teria sido um ato isolado de seus funcionários, já punidos com demissão. O delegado ressaltou que os dois tanatopraxistas estão assustados e receosos com a segurança deles.
Entretanto, em entrevista a advogada, que representa a produtora de Cristiano, informou que a família do cantor irá processar a clínica, por entender que ela é responsável pelo que acontece em seu interior e pelos atos de seus funcionários. Hoje, a Justiça goiana determinou que todas as imagens que fazem referência ao cantor após sua morte e à Cristiano e sua namorada, Allana Moraes, durante o acidente, sejam retirados de sites e aplicativos do Google e do Facebook, incluindo Whatsapp e Youtube.






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